Jihan Wu Reafirma o Controle na Bitmain em Meio a Disputa Contínua entre Co-Fundadores

A turbulência na liderança da Bitmain, uma das maiores fabricantes mundiais de equipamentos de mineração de bitcoin, tomou mais um rumo significativo. Registos recentes de inscrição empresarial de 14 de setembro revelam que Jihan Wu voltou a assegurar a posição de representante legal e diretor executivo da Beijing Bitmain Technology, a subsidiária principal de operação da empresa. Este desenvolvimento marca mais uma mudança na prolongada luta pelo poder entre Wu e o cofundador Micree Zhan, cuja autoridade foi igualmente rebaixada para o cargo de gerente geral.

A Importância do Status de Representante Legal

De acordo com a lei empresarial chinesa, o papel de representante legal confere uma autoridade de decisão substancial e normalmente garante o controlo sobre o selo oficial da empresa—um instrumento crítico para autenticar e executar acordos corporativos vinculativos. Esta distinção explica porque ambos os fundadores lutaram tão intensamente por esta designação.

Wu confirmou a mudança através de um anúncio oficial divulgado em 15 de setembro via o canal de comunicação da marca AntMiner da Bitmain, enfatizando que a empresa mantém respeito por Zhan apesar da reestruturação da liderança. No entanto, esta aparente resolução encobre uma crise institucional mais profunda que prejudicou severamente a estabilidade operacional da Bitmain.

Uma Cronologia do Conflito

O atual conflito remonta a outubro de 2019, quando Wu orquestrou a remoção de Zhan de suas posições de presidente e representante legal, citando má gestão e deterioração do desempenho de mercado durante o mandato de Zhan. Apesar de deter a maior participação acionária na Bitmain, Zhan inicialmente foi privado de autoridade executiva.

Relutante em aceitar esta destituição, Zhan buscou recurso legal ao entrar com uma ação nos Ilhas Cayman—onde a entidade-mãe da Bitmain está registada—contestando a legitimidade das ações de Wu. No início de 2020, Zhan lançou uma contraofensiva, aproveitando pressão política e ocupação física da sede da Bitmain em Pequim para recuperar temporariamente o seu status de representante legal.

Consequências Operacionais

A sucessão de transferências de poder criou danos organizacionais severos. A gestão revelou que o conflito prolongado entre os cofundadores resultou em uma perda substancial de quota de mercado, deterioração da reputação da marca e uma significativa fuga de clientes. Vários clientes migraram para fabricantes concorrentes, especialmente a MicroBT, citando instabilidade na cadeia de abastecimento.

O conflito fragmentou internamente a empresa, com funcionários forçados a escolher lados. As operações de fabricação de equipamentos de mineração dividiram-se essencialmente em duas facções concorrentes, cada uma tentando estabelecer redes de distribuição e instalações de fábrica separadas. Esta fragmentação causou atrasos substanciais nas entregas e ameaçou iniciativas estratégicas, incluindo uma oferta pública inicial anteriormente planejada, que desde então foi interrompida.

Questões Legais Pendentes

Apesar do aparente restabelecimento do controlo por Wu, a disputa fundamental permanece sem resolução. O litígio nos Ilhas Cayman entre os cofundadores continua pendente de uma decisão final, sugerindo que desenvolvimentos futuros podem desencadear novas redistribuições de poder. A questão de uma resolução definitiva versus uma vantagem tática temporária permanece sem resposta, deixando a estrutura de liderança da Bitmain potencialmente instável.