Vou acrescentar uma perspetiva que utilizo para julgar que estamos atualmente no início de um mercado bear; quem concordar pode usar como referência, quem não concordar pode simplesmente ignorar:

Revendo o último bull market, a janela temporal para distribuição no topo foi sensivelmente entre fevereiro e novembro de 2021, cerca de 280 dias.

Como foi o processo? Em fevereiro de 2021, o preço tocou pela primeira vez perto dos 60 mil dólares, depois consolidou em alta durante 3 meses. A 19 de maio, uma onda de más notícias atirou o Bitcoin diretamente para os 28 mil, mas depois uma certa empresa de veículos elétricos revelou ter comprado Bitcoin, o preço recuperou até próximo do topo anterior e até ultrapassou ligeiramente, sendo que este movimento de recuperação também levou 3 meses. Pela segunda vez em máximos, esteve em consolidação durante mais um mês e meio e, a partir de novembro, iniciou-se o bear market; toda a fase de distribuição durou mais de 9 meses.

E nesta ronda? Podemos, provisoriamente, definir o ciclo de distribuição entre dezembro de 2024 e outubro de 2025, cerca de 300 dias. Claro que estamos a falar do presente, sem visão de “deus”, só é possível fazer suposições com base no movimento atual.

O processo é o seguinte: em dezembro de 2024, toca pela primeira vez nos 100 mil dólares, consolida em alta durante mais de 2 meses. Depois, no início deste ano, as tensões comerciais entre China e EUA fazem o preço recuar para 75 mil, mas com o abrandamento das relações comerciais, o Bitcoin volta a subir para o topo anterior e ultrapassa até aos 126 mil, movimento esse que demorou, igualmente, 3 meses. Contudo, desta vez há uma diferença — a segunda consolidação nos máximos durou exatamente 3 meses e, finalmente, em outubro começa a tendência descendente, sendo que todo o ciclo de distribuição dura 11 meses.

Comparando, o ritmo de distribuição acima dos 55 mil no último bull market é muito semelhante ao padrão de distribuição acima dos 100 mil nesta ronda. Apesar de, a curto prazo, o comportamento das “mãos fortes” poder divergir, a uma escala maior, os traços das operações de grandes capitais seguem padrões bastante regulares.