Malásia reprime mineração ilegal de Bitcoin… até drones foram utilizados

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A Malásia está a reforçar a repressão à mineração ilegal de Bitcoin, tendo mesmo iniciado a vigilância aérea com drones.

Os drones varrem edifícios abandonados e lojas vazias para detetar sinais de calor, enquanto, em terra, a polícia analisa os padrões de consumo elétrico como parte da operação. Os residentes apresentam queixas de que ouvem chilrear de pássaros durante toda a noite, mas trata-se, na verdade, de sons falsos emitidos pelos mineiros para disfarçar o ruído das operações.

Os mineiros raramente permanecem muito tempo no mesmo local. Instalam os equipamentos, erguem barreiras térmicas, colocam câmaras de vigilância e até espalham vidro nas entradas, mas acabam quase sempre por desaparecer antes da chegada das autoridades, deixando apenas vestígios para trás. Segundo o Ministério da Energia da Malásia, nos últimos 5 anos foram identificados cerca de 14.000 locais de mineração ilegal, causando à empresa estatal de eletricidade, Tenaga Nasional, prejuízos na ordem dos 1,1 mil milhões de dólares.

No mês passado, foi criada uma força-tarefa especial com a participação do Ministério das Finanças, do Banco Central e da empresa estatal de eletricidade da Malásia. O vice-ministro da Transição Energética da Malásia alertou que “as instalações de mineração ilegal estão a ameaçar as nossas infraestruturas energéticas” e prometeu medidas rigorosas.

Espalhou-se a notícia de que um centro comercial à beira-mar na Malásia foi transformado numa grande instalação de mineração, enquanto outra empresa ocupou uma antiga fábrica de madeira em Sarawak. Legalmente, a mineração de Bitcoin é permitida, mas o uso ilegal de eletricidade é punido por lei. O vice-ministro da Transição Energética salientou ainda que, “mesmo operando legalmente, a volatilidade do mercado é demasiado elevada”, acrescentando que “acaba por assumir a forma de crime organizado”.