Sonho do metaverso acabou? Meta vai reduzir equipa de realidade virtual, ações sobem mais de 3%

O fundador do Facebook, Zuckerberg, vai reduzir significativamente os recursos do plano de metaverso que defende há anos? Segundo a Bloomberg, a Meta poderá reduzir já em janeiro o investimento no plano de metaverso, incluindo despedimentos, e concentrar os recursos em óculos de inteligência artificial e outros dispositivos wearables. As ações da Meta subiram ontem 3,43%, fechando nos 661,53 dólares.

Facebook poderá reduzir plano de metaverso já em janeiro, incluindo despedimentos

De acordo com a Bloomberg, o plano de metaverso, outrora visto por Zuckerberg como o futuro da empresa e que levou à ousada mudança de nome de Facebook para Meta, poderá ver até 30% do seu orçamento cortado já em janeiro do próximo ano, incluindo despedimentos.

Fontes próximas revelaram que a equipa do metaverso foi este ano instruída a reduzir ainda mais os gastos, sendo provável que a proposta de cortes incida principalmente sobre a equipa de realidade virtual da Meta, cujos gastos representam a maior parte dos custos relacionados com o metaverso. Além disso, o Horizon Worlds também enfrentará cortes.

A equipa do metaverso faz parte da Reality Labs, o departamento da Meta dedicado a investimentos de longo prazo em dispositivos de realidade virtual e óculos de realidade aumentada. Desde o início de 2021, esta equipa já registou perdas superiores a 70 mil milhões de dólares. Zuckerberg praticamente deixou de mencionar o metaverso em público e nas chamadas de resultados da empresa, focando-se no desenvolvimento de grandes modelos de IA para suportar chatbots e outros produtos de IA generativa, bem como em hardware mais relacionado com estas experiências, como os óculos inteligentes Ray-Ban da Meta.

Recursos vão concentrar-se em óculos de inteligência artificial e outros wearables

A Meta confirmou que já reduziu os recursos destinados ao projeto de metaverso, indicando que as verbas poupadas serão investidas em outros projetos futuros do departamento Reality Labs, incluindo óculos de inteligência artificial e outros dispositivos wearables.

“Dada a dinâmica de desenvolvimento dos óculos de IA e dos wearables, estamos a transferir parte do investimento dos projetos de metaverso para estas áreas. Para além disto, não temos outros planos de ajustes mais amplos.”

Ações da Meta sobem mais de 3%, desempenho este ano fica aquém do mercado

Todo o plano de metaverso tem sido alvo de grande atenção por parte de investidores e reguladores. Os investidores consideram o projeto dispendioso, enquanto os reguladores alegam que a privacidade e segurança das crianças estão ameaçadas no mundo virtual.

Alguns analistas e investidores têm vindo a pedir há muito tempo que Zuckerberg se desfaça dos produtos da Reality Labs, pois consomem recursos sem praticamente gerar receitas. Em abril deste ano, Mike Proulx, vice-presidente da consultora Forrester, previu que a Meta encerraria os seus projetos de metaverso, como o Horizon Worlds, até ao final do ano. Isto permitiria à empresa focar-se mais nos seus projetos de inteligência artificial, incluindo o Llama, o Meta AI e os óculos de IA.

As ações da Meta subiram ontem 3,43%, fechando nos 661,53 dólares. O desempenho recente das ações da Meta tem sido discreto, com uma subida de 12% desde o início do ano, abaixo dos 16% do S&P 500.

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