Claro, o bitcoin e as tulipas não geram fluxo de caixa. Nem o ouro. Ou um Picasso pendurado numa parede de museu. Ou aqueles selos raros pelos quais colecionadores pagam fortunas. Vais chamar a isso tudo tulipas também?

Nem todos os ativos precisam de distribuir dividendos ou lucros para manter valor. Isso é apenas uma perspetiva. Aqui está a questão sobre a comparação com as tulipas que toda a gente adora fazer: as tulipas tinham uma só história. Hype. Mania. Crash. Fim. Esse é literalmente todo o percurso.

Bitcoin? Jogo diferente. Sobreviveu a vários ciclos, batalhas regulatórias, ondas de adoção institucional, atualizações de rede. Só a resiliência já o separa de uma flor que teve um pico espetacular e desapareceu da relevância. Não produtivo não significa inútil. Escassez, procura, sistemas de crença—todos criam valor. Sempre criaram.