Às 3h da madrugada de 10 de dezembro, será finalmente revelada a decisão da reunião do FOMC da Reserva Federal dos EUA.

Situação atual das apostas do mercado:
Probabilidade de corte de 25 pontos base atinge 84%, de manter as taxas apenas 16%.

Powell provavelmente está agora a debater-se:
Cortar? Os dados da inflação ainda andam acima dos 3%. E se voltar a subir, não estaria a contradizer-se?
Não cortar? A taxa de desemprego já começou a subir. Se adiar mais, vai ser criticado como um dos grandes culpados da história.

Se os 12 votantes do FOMC tivessem um grupo de conversa privado, o tom seria este:
— Falcões (7 votos): Malta, o mercado laboral já está a dar sinais de fraqueza. Se continuarmos à espera, o povo não aguenta!
— Conservadores (4 votos): Calma. A inflação ainda não morreu de vez. E se voltar a levantar cabeça?
— Indeciso (1 voto): Esperem, deixa ver os dados do emprego de amanhã... Eh? Já fecharam os mercados? Então pronto, vou comer qualquer coisa para acalmar.

O mercado já se antecipou:
As ações americanas e o Bitcoin já estão em festa, como se Powell fosse um dos nossos.
Os rendimentos das obrigações do Tesouro a 10 anos mantêm-se serenos, perto dos 4%, como quem diz “divirtam-se vocês”.

Três possíveis cenários:
1. Corte de 25 pb (mais provável):
Primeiro toda a gente grita “Viva o Powell”, depois vende para realizar lucros e o mercado cai uns 3% só para marcar presença.

2. Manter taxas (pouco provável):
Internet em polvorosa, “Powell, seu mentiroso” por todo o lado, e o Bitcoin pode descer diretamente para a zona dos 80.000.

3. Corta mas com discurso duro (o mais traiçoeiro):
Dá um doce mas avisa: “É a última vez”, o mercado sobe e depois desaba imediatamente — clássico pump & dump.

Resumindo:
Quer corte ou não, a volatilidade de curto prazo é inevitável.
A diferença está em dar-te uma ilusão antes de cortar, ou fazer-te vender tudo a chorar.

Prepara as pipocas e o banco. Às 3h da madrugada de 10 de dezembro, vem assistir ao grande teatro humano dos mercados de capitais.