Hoje vi uma grande notícia e tenho de partilhá-la convosco.

A SpaceX planeia entrar em bolsa no segundo semestre do próximo ano, com uma avaliação que aponta diretamente para os 800 mil milhões de dólares. Que significado tem este número? É superior ao da OpenAI, supera todos os unicórnios ainda não cotados e aproxima-se do clube do bilião de dólares onde estão a Apple e a Microsoft.

Esta jogada do Musk, na minha opinião, não é apenas para realizar mais-valias ou angariar financiamento.

**Ele está a criar um novo sistema de narrativa de capital.**

Pensa bem: o que significa um IPO de 800 mil milhões?

Os fundos soberanos mundiais teriam de reajustar as suas alocações, os orçamentos para ações tecnológicas dos fundos de pensões e dos investidores institucionais seriam redistribuídos, e até as posições estratégicas de Wall Street teriam de ser revistas. Até o entusiasmo do investimento em IA poderia ser parcialmente desviado.

Resumindo, isto criaria um enorme vórtice de capital — todo o dinheiro teria de ponderar se entra ou não.

O que Musk está a fazer já não é simplesmente contar uma história. O que ele faz está mais próximo de:

**Redefinir, através da SpaceX como superveículo, o que significa “valor de tecnologia dura”.**

Foguetões, satélites, Starlink, planos para Marte — tudo isto, em conjunto, está essencialmente a dizer ao mercado: as infraestruturas do futuro não estão na Terra, estão no Espaço.

E quem controlar as infraestruturas do Espaço, terá o controlo da próxima narrativa global.

Por isso, o objetivo deste IPO não é quanto a cotação pode subir, mas sim forçar o capital global a aceitar um novo pressuposto:

**SpaceX = um dos setores com maior grau de certeza para o futuro.**

Assim que este consenso for estabelecido, tudo o resto segue o seu curso natural.