Este mês há uma janela temporal bastante subtil.

No dia 10, a Reserva Federal dos EUA provavelmente vai baixar as taxas de juro — a ferramenta "Fed Watch" já mostra uma probabilidade acima de 85%, por isso o mercado dá praticamente como garantido que vai acontecer.

Mas no dia 19, o Banco do Japão muda completamente de direcção. O governador do banco central já afirmou que vai aumentar as taxas de juro, e desta vez parece inevitável.

Um está a afrouxar as condições, o outro a apertar. Em termos lógicos, o corte de juros pela Fed deveria ser positivo, enquanto o aumento das taxas do iene trará pressão vendedora. O problema é que, neste momento, o ambiente geral ainda está num bear market, numa fase de consolidação — e nestas alturas, as notícias negativas tendem a ter grande impacto, enquanto as positivas pouco efeito têm.

Por isso, a análise mais realista é: o impacto negativo do aumento das taxas no Japão pode muito bem anular o pouco de positivo que vem do corte da Fed.

Se o aumento se concretizar, o capital que apostava no diferencial de juros começa a sair, e muito provavelmente o mercado cripto ainda vai testar mínimos mais baixos.

A conclusão é simples — nesta fase não vale a pena ter grandes expectativas, o espaço para recuperação é limitado e o risco é claramente superior à oportunidade. O melhor é ser prudente.