Vitalik Buterin classifica o PeerDAS da Fusaka como o fator que a Ethereum esperava desde 2015

Fonte: CriptoTendencia Título Original: Vitalik Buterin classifica o PeerDAS do Fusaka como o fator que Ethereum esperava desde 2015 Link Original: Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum, celebrou na quarta-feira, através do X, a ativação do PeerDAS na atualização Fusaka. Ele descreveu esta melhoria como a “verdadeira fragmentação” dos sonhos da rede desde 2015.

Numa publicação nas redes sociais, destacou que a Ethereum pode agora chegar a consenso sobre quais blocos são válidos sem que qualquer nó tenha de ver todos os dados completos de cada bloco. Isto abre portas para uma rede mais rápida, barata e descentralizada.

Curiosamente, este sistema não depende da maioria dos validadores “votar corretamente”, mas sim de cada utilizador poder, de forma probabilística, verificar a disponibilidade dos dados por si próprio. Isto torna difícil que mesmo um ataque de 51% se traduza num ataque bem-sucedido à disponibilidade dos dados.

Buterin discute este tema desde 2017, altura em que publicou um artigo técnico sobre “disponibilidade de dados e codificação de eliminação de erros”. O problema ficou assim resumido: embora existam provas de fraude para provar que um bloco é inválido, se um atacante simplesmente não publicar todos os dados, estas provas não servem de nada. Se partes de um bloco se perderem, outros validadores não conseguem reconstruir o estado ou interagir com essa parte da rede.

Além disso, é difícil penalizar quem “não publica dados”, porque de fora nem sempre é claro se se trata de um publicador malicioso ou de um nó a fazer uma acusação injustificada. Isto prejudica os incentivos e pode transformar o sistema em falsos alarmes, ataques de negação de serviço ou confusão dependente de agentes altruístas.

O PeerDAS resolve este problema ao fazer com que todos os nós leves participem na verificação probabilística da disponibilidade dos dados antes de aceitarem um bloco.

O PeerDAS no Fusaka é importante porque é literalmente fragmentação. A Ethereum está a chegar a consenso sobre blocos sem que qualquer nó individual veja mais do que uma pequena parte dos dados. Isto é robusto face a ataques de 51% – é verificação probabilística de cliente, não… – vitalik.eth

Porque é que o PeerDAS do Fusaka é importante?

Com o Fusaka e o PeerDAS, a Ethereum pode expandir-se melhor através da segunda camada (L2), como os rollups. Os dados destes L2 são armazenados como blobs, que já não precisam de ser descarregados na totalidade por todos, mas sim amostrados. Isto reduz os requisitos de hardware dos nós e permite a mais participantes validarem.

No entanto, o próprio Buterin admite que há ainda três pontos por concluir:

• O grande salto de escalabilidade sente-se mais na L2 e não na camada principal (L1). Para que a L1 também processe mais transações, é necessário um ZK-EVM maduro.
• Os construtores de blocos ainda precisam de ver todos os dados para montar o bloco. O objetivo futuro é ter uma construção de blocos distribuída.
• Ainda não existe uma mempool fragmentada; ou seja, o sistema de transações pendentes ainda não está dividido por fragmentos.

O especialista vê isto como um passo fundamental no design de blockchains. Os próximos anos servirão para afinar o PeerDAS, aumentando gradualmente a capacidade e, quando o ZK-EVM estiver pronto, usar a mesma ideia para aumentar o gas disponível na L1.