Há algum tempo, a nossa guilda organizou uma campanha de incentivos on-chain, mas por pouco não ficámos atolados com os custos de Gas. O plano era até simples — os jogadores completavam determinadas tarefas no jogo e recebiam recompensas em tokens. Mas quando chegou a hora de submeter os dados de progresso de cada jogador para verificação on-chain, ficámos de mãos na cabeça: o custo de verificação de cada registo quase que igualava ao valor da recompensa.

Este percalço fez-me pensar: como é que as grandes guildas de jogos conseguem envolver milhares de jogadores em tarefas on-chain e ainda assim manter os custos baixos? Depois de alguma pesquisa, percebi que eles nunca planearam colocar todos os dados do jogo na blockchain.

A ideia central resume-se a oito palavras: computação off-chain, prova on-chain.

Vou dar um exemplo — o servidor de jogo funciona como o professor que corrige os testes, registando quanto tempo demoraste a responder e se acertaste ou erraste em cada pergunta. A abordagem tradicional seria como enviar todas as gravações de vídeo do exame para a internet pública. É transparente, sim, mas os custos de largura de banda e armazenamento são insuportáveis.

Qual é a solução inteligente? O professor corrige o teste e só envia a tua pauta final e algumas provas-chave ( como o cartão de respostas assinado por ti ). On-chain, só se verifica se estes comprovativos minimizados são válidos, ignorando o processo intermédio. Assim, garantimos a autenticidade dos resultados e reduzimos os custos de interação ao mínimo.

Para o jogador comum, esta lógica é impercetível — continuas a jogar normalmente e a receber as tuas recompensas. Mas para os construtores, esta é uma solução de infra-estrutura Web3 realmente viável para jogos. Claro que a segurança da parte off-chain e a confiança no servidor continuam a ser pontos de risco que exigem atenção constante.