O antigo vice-presidente do Banco da China, Wang Yongli, publicou recentemente um artigo com um título bastante direto — “Porque é que a China insiste em proibir as stablecoins?”. No texto, ele deixa tudo muito claro: a aceleração do lançamento do yuan digital pelas autoridades reguladoras está alinhada com a postura de repressão às stablecoins — esta linha já foi definida de forma inequívoca.

Porquê esta decisão? Wang Yongli apresenta explicações em várias dimensões — já lideramos o mundo nos pagamentos móveis e o yuan digital já passou na fase piloto, por isso não há necessidade de abrir espaço para as stablecoins neste momento, até porque é preciso salvaguardar a soberania monetária e a estabilidade do sistema financeiro.

Ele decompõe a questão em cinco pontos:

Primeiro, as stablecoins indexadas ao dólar já dominaram o mercado, deixando pouco espaço de manobra para stablecoins de outras moedas fiduciárias;

Segundo, a lógica legislativa dos EUA serve, em última análise, os seus próprios interesses e pode até prejudicar todo o ecossistema das stablecoins;

Terceiro, se a China insistisse em lançar uma stablecoin do renminbi, não só não teria vantagem competitiva, como poderia criar riscos para si própria — é preciso ponderar a soberania da moeda e a segurança financeira;

Quarto, quando as stablecoins são usadas em conjunto com outras criptomoedas, os riscos de crimes como branqueamento de capitais e fraude transfronteiriça tornam-se demasiado evidentes;

Quinto, a infraestrutura de pagamentos móveis e do yuan digital já está suficientemente consolidada, pelo que não faz sentido seguir o caminho das stablecoins em dólar.

Em resumo: não seguimos, não tocamos, seguimos o nosso próprio caminho.