Há uma piada que anda a circular loucamente no meio: uma autoridade de aplicação da lei algures confiscou uma carteira e, ao abri-la, encontrou 1,9 milhões de USDT ali parados. Agora estão a emitir anúncios por todo o lado à procura do dono, mas com a condição de que este tem de provar a origem legal dos fundos. Isto soa a ganhar a lotaria e depois ter de provar que se é inocente — humor negro no seu auge.

Imagina que levas uma vida normal e, de repente, alguém te diz que tens uma fortuna à espera de ser reclamada. Mal tens tempo de ficares entusiasmado, já te fazem a pergunta de fundo: consegues apresentar provas de onde veio esse dinheiro? Cada etapa resiste mesmo a uma investigação? Esta deve ser a "boa notícia" mais angustiante da história.

Este caso é, na verdade, um microcosmo. Aqueles fundos parados na conta apreendida são como muitas criptomoedas de origem duvidosa — mal chegam à superfície, revelam-se. O prazo de seis meses para reclamar é quase como um teste de stress em grande escala — serve para testar se a cadeia de fundos do detentor aguenta a luz do dia.

Pensando mais a fundo, isto está alinhado com a lógica das recentes quebras das stablecoins abaixo de certos patamares psicológicos. A regulação apertada está a usar um crivo para filtrar todo o mercado: os fundos que não resistem à fiscalização estão a ser expulsos, como se agitássemos um frasco de sedimentos — as impurezas afundam, só a água limpa sobe. Dores no curto prazo trocadas por uma ecologia saudável a longo prazo.

Então, o que acontecerá a este montante? Alguém irá aparecer com toda a documentação e reclamar, ou acabará por entrar numa conta pública? Isto é, em si, uma metáfora — o sector está a passar não só por volatilidade de preços, mas por uma limpeza profunda. Qual achas que será o desfecho?