Ao rever os registos de transações do final do ano e olhar para aquele monte de ordens de compra e venda, apercebi-me de uma coisa: depois de um ano inteiro a trabalhar, a taxa de retorno acabou por ser inferior à do BTC em spot.

Este ano segui a onda das runas, antecipei várias novas tendências do ecossistema BTC, achando sempre que acertava no timing. E o resultado? Paguei imensas comissões, gastei tempo e energia, mas o saldo da conta mal mexeu. Ao analisar tudo com atenção, percebi que pelo menos 30% das operações foram puro FOMO, a correr atrás do mercado, completamente guiado pelas emoções.

Qual é o problema? Estive a pensar nisso durante muito tempo.

O ecossistema BTC muda depressa demais — hoje aparece uma nova segunda camada, amanhã alguém começa a especular sobre a narrativa da disponibilidade de dados, depois surge uma solução baseada em provas de fraude como o novo tema quente. Quando finalmente percebes um conceito, o mercado já está a virar para outra moda. É impossível, a nível individual, acompanhar esta densidade de informação.

Depois percebi: a maioria das pessoas (incluindo eu) não precisa de ser mais inteligente do que o mercado, basta conseguir acompanhar o ritmo do mercado.

É por isso que comecei a interessar-me por estratégias de indexação. A lógica é simples — em vez de apostar num único ativo, o algoritmo faz o rebalanceamento automático, garantindo que a tua carteira cobre sempre os ativos mais dinâmicos do ecossistema BTC. Sem oscilações emocionais, sem erros humanos, como um gestor de fundos robótico que segue a disciplina à risca.

Para a maioria dos investidores de retalho, mais vale admitir as próprias limitações do que perder tempo a analisar gráficos ou a ler documentos técnicos incompreensíveis, e focar a energia no que realmente importa. O mercado recompensa quem sabe tirar partido das ferramentas certas, não quem anda a perder tempo a tentar inventar a roda.