Hoje o mercado A-share teve um comportamento bastante interessante — de manhã todos os principais índices caíram em conjunto, mas à tarde conseguiram recuperar e fecharam todos no verde. Ainda mais surreal é que o volume de transações da manhã nem sequer ultrapassou o trilião, ficando apenas nos 992,7 mil milhões. Este encolhimento do volume é um tanto exagerado, como será o percurso daqui para a frente? Vamos analisar.

**Primeiro, vejamos os mercados externos**
Ontem à noite, as bolsas norte-americanas não apresentaram uma direção clara, com os três principais índices a registarem subidas e descidas mistas. Contudo, o setor dos chips esteve bastante animado, com o grande líder dos GPUs a subir 2,12% e a SanDisk, dos chips de armazenamento, a disparar 9,74%. Já na região da Ásia-Pacífico, cada um seguiu o seu caminho: o Japão caiu quase 1,5%, a Coreia, após uma queda matinal, recuperou cerca de 1% à hora do almoço, e a Austrália manteve-se praticamente inalterada.

**Desempenho divergente dos ativos chineses**
As ações chinesas nos EUA subiram ligeiramente 0,39% ontem à noite, enquanto os futuros do A50 subiram 0,17% no mercado noturno, mas caíram para 0,02% à hora do almoço. As ações de Hong Kong tiveram uma manhã fraca: o índice Hang Seng abriu em baixa de 0,4%, mas reduziu a queda para 0,21%, e o índice Hang Seng Tech chegou a cair mais de 1% durante a sessão, mas recuperou para cerca de -0,2% ao meio-dia.

**O argumento do volte-face nas A-shares**
De manhã, as ações temáticas de Xangai foram fortemente pressionadas à abertura, mas as ações de peso impediram que o índice caísse demasiado. A meio da sessão, a queda foi de 0,31%, mas as ações temáticas lideraram a recuperação e, ao meio-dia, o índice de Xangai conseguiu fechar no verde, subindo 0,08% para os 3878,99 pontos. Os índices de Shenzhen, ChiNext e STAR50 caíram de manhã mais de 0,50%, 0,55% e 1,65%, respetivamente, mas ao meio-dia inverteram para positivos: +0,39%, +0,47% e +0,05%.

O desempenho das ações individuais foi ainda mais expressivo — 3535 subiram, 1705 desceram e apenas 107 caíram mais de 3%. Mas o volume de transações foi mesmo extraordinário, com índices e ações a subirem, mas o volume a não ultrapassar o trilião. A manter-se esta tendência, é provável que hoje se registe novamente um volume mínimo recorde.

**Como interpretar o mercado neste momento?**
Na verdade, não é estranho ver o volume a encolher; antes de uma verdadeira fase de agitação de primavera, é normal haver uma fase de correção e consolidação. Olhando para o bull market de setembro do ano passado, sempre que o volume descia para o intervalo dos 1,5-1,6 biliões, costumava marcar um fundo de fase, seguido de uma subida.

O momento-chave será na próxima quinta-feira de madrugada (hora de Pequim, 11 de dezembro), quando a decisão de corte das taxas da Fed será anunciada. Vamos ver se, a meio do mês, o volume consegue recuperar e se o sentimento do mercado acompanha — pode ser que assim a tendência de primavera arranque silenciosamente.