Aumentam os “ataques com chave inglesa” a nível global: comprador de criptomoedas em Trindade foi assaltado sob ameaça de arma de fogo, perdendo 85.800 dólares

Trindade registou mais um assalto à mão armada dirigido a compradores de criptomoedas: um homem de Aruca foi emboscado num parque de estacionamento por dois agressores armados e encapuzados, perdendo 85.800 dólares em dinheiro e o telemóvel, evidenciando a tendência crescente de ataques violentos “wrench attack” a nível global.

Segundo a comunicação social local, o homem encontrava-se sentado no parque de estacionamento de uma farmácia na Trinity Centre Road, onde entregou um saco preto com dinheiro a um colega que conhecia há dois anos, com o intuito de comprar criptomoedas. Imediatamente após a entrega, dois homens armados aproximaram-se do veículo, bateram à janela, roubaram o dinheiro e o telemóvel, e fugiram rapidamente de carro. A polícia está a investigar o caso.

Este tipo de crimes, em que se recorre à violência física para obter criptoativos, está a aumentar rapidamente em todo o mundo. De acordo com a base de dados mantida por Jameson Lopp, cofundador da plataforma de autocustódia Casa, em 2024 já ocorreram mais de 60 destes “wrench attacks”, uma tendência muito superior aos anos anteriores.

Os casos recentes têm sido particularmente violentos. Em São Francisco, um assaltante disfarçado de estafeta amarrou com uma arma o proprietário de uma casa, forçando-o a entregar o acesso a uma carteira de criptomoedas no valor de mais de 11 milhões de dólares, bem como o telemóvel e o computador portátil. No mês passado, o empresário russo de criptomoedas Roman Novak e a esposa foram assassinados violentamente nos Emirados Árabes Unidos, após se encontrarem com supostos investidores e serem forçados a desbloquear os seus ativos.

Especialistas em segurança afirmam que este tipo de crime está a passar de ataques informáticos para violência no mundo real. O consultor de cibersegurança David Sehyeon Baek refere que os atacantes não usam apenas ferramentas de análise blockchain, mas também recorrem a inteligência artificial para rastrear em tempo real os movimentos de fundos, levantamentos e localização geográfica dos utilizadores. Sublinha que não se trata de crimes aleatórios, mas sim de “ataques cuidadosamente planeados e baseados em dados”.

À medida que o valor dos criptoativos cresce e o número de detentores de carteiras aumenta, o risco de exposição no mundo real para os utilizadores de criptomoedas continua a subir. Os especialistas recomendam aos detentores de criptoativos que evitem transportar grandes quantias de dinheiro para transações presenciais, não divulguem publicamente o valor dos seus ativos e utilizem assinaturas múltiplas, carteiras frias e levantamentos com atraso temporal para minimizar perdas em caso de coação.

A tendência crescente deste tipo de casos está a levar reguladores, equipas de segurança e utilizadores em todo o mundo a reavaliar os riscos reais associados aos criptoativos. Para os utilizadores de criptomoedas, a cibersegurança já não se limita ao mundo digital — a proteção no mundo real tornou-se igualmente fundamental. (Decrypt)